15 de fevereiro de 2012

Psicólogos encontram indícios da existência da precognição

Não é de hoje que cientistas tentam, em laboratório, verificar a existência de fenômenos como a precognição – a capacidade de se antever o futuro. Outrora restrita a área da parapsicologia, a pesquisa desse fenômeno parece ter atualmente atraído uma considerável leva de pesquisadores "ortodoxos".

Tudo começou no ano passado, quando um respeitadíssimo psicólogo da Universidade de Cornell, Daryl Bem, publicou um artigo com resultados favoráveis à existência da precognição no Journal of Personality and Social Psychology.

Em seu experimento, Bem apresentava aos seus sujeitos, durante um breve momento, uma lista de palavras. Logo em seguida, lhes mostrava uma segunda lista – bem menor e gerada aleatoriamente – a qual pedia que fosse especificamente memorizada. Para a surpresa de todos, os resultados indicaram, de maneira tênue mas consistente, que a memorização das palavras indicadas foi mais precisa diante da visão da lista original, antes mesmo que os participantes houvessem recebido a lista daquelas que deveriam memorizar.

Michael Franklin, doutor em psicologia cognitiva da Universidade da Califórnia, é um dos experimentadores que, baseado nos achados de Bem, utilizou mecanismos de sua própria área para investigar o fenômeno. Em um interessante experimento recente, Franklin pediu a voluntários que identificassem certas formas geométricas complexas, como as da figura acima, que seriam usadas em uma prática manual futura.

Assim como nos resultados de seu antecessor, os dados obtidos por Franklin indicaram que a identificação correta das formas estava associada diretamente a objetos que somente foram apresentados posteriormente. Ou seja, seus sujeitos pareciam identificar com mais precisão justamente aquelas formas que, em um momento futuro, manipulariam em uma sessão prática.

Tais resultados são sugestivos e podem alterar a maneira pela qual a psicologia enxerga alguns processos cognitivos.

Enquanto diversos pesquisadores mundo afora reproduzem tais experimentos (repetições independentes são necessárias para validar os resultados de qualquer pesquisa científica), o próprio Dr. Franklin postou, em seu site pessoal, uma versão online de uma pesquisa similar. Se você entende inglês e dispõe de trinta minutos do seu dia, pode participar desse inovador experimento aqui.

9 de fevereiro de 2012

Revista explora fronteiras da Ciência

A Society for Scientific Exploration, fundada em 1982, é uma organização de cientistas e acadêmicos, com membros em mais de 40 países, que tem como objetivo estudar fenômenos ainda inexplicados e não usuais, tais como consciência, medicina alternativa, etc.

Além de publicar um periódico científico - o Journal of Scientific Exploration (JSE) - a sociedade também é responsável pela distribuição trimestral de uma revista de divulgação voltada ao público geral, chamada "Edge Science".

A revista se propõe a explorar temas fronteiriços da ciência atual e segue a linha editorial na qual anomalias, ao invés de serem ocultadas, devem ser perseguidas como pistas para potenciais descobertas.

A última edição (disponível aqui), lançada em out/dez de 2011, conta com uma reportagem sobre o universo do plasma de Hannes Alfvén e um estudo sobre coincidências.

Todas as edições estão disponíveis gratuitamente e podem ser baixadas no site da publicação.

6 de fevereiro de 2012

Novo experimento aponta para papel da consciência na formação da realidade.

Uma das mais interessantes implicações da física moderna, de acordo com algumas interpretações da mecânica quântica, é a participação do observador no processo de colapso da função de onda.

Essa hipótese, que encontrou respaldo no célebre experimento da dupla fenda, obtém agora um aliado de peso em um conjunto de experimentos recentes realizados pelo engenheiro e psicólogo Dean Radin, pesquisador senior do Instituto de Ciências Noéticas, em conjunto com outros cinco laboratórios independentes.

No novo experimento, uma variação da clássica dupla fenda, e cujo resumo foi recentemente publicado no blog do pesquisador, buscou-se medir a possível influência da atenção focada no colapso da função de onda.

Cada sujeito foi orientado a, aleatoriamente, ora focar sua atenção na dupla fenda, ora focar sua atenção fora do sistema. Ao longo dos seis experimentos, participaram 137 sujeitos em um total de 250 sessões, cada qual constituída por 40 tentativas. Outras 250 sessões de controle foram conduzidas sem que observadores estivessem presentes.

De acordo com as medições obtidas, a razão do padrão de interferência da dupla fenda e única fenda diminuiu de acordo com a hipótese prevista, com um resultado bastante significativo (p = 000000,6).

Foi também observado que a experiência prévia em meditação, bem como alguns fatores de personalidade, relacionaram-se de maneira também significativa à capacidade de perturbar o padrão de interferência observado, levando a crer que o pensamento ordenado de fato possa estar relacionado ao colapso da função de onda.

Os resultados, portanto, aparentam ser consistentes com a interpretação dos fenômenos físicos que leva em conta o papel da consciência. A publicação completa do trabalho está prevista para acontecer em junho no periódico "Physics Essays".

5 de fevereiro de 2012

Novo livro de Rupert Sheldrake questiona as amarras de uma ciência dogmática

Nesse começo de janeiro chegou às prateleiras européias o novo livro do inovador (e controverso) bioquímico inglês Rupert Sheldrake, autor de diversas obras e artigos científicos nas áreas de botânica e  parapsicologia, e propositor da teoria da Ressonância Mórfica.

Em “The Science Delusion: Freeing the Spirit of Enquiry”, Sheldrake procura desconstruir aquilo que denomina "delírio da ciência" - a tese de que a ciência do séc XXI já compreende os aspectos fundamentais da natureza da realidade. 

Ao longo de pouco mais de 300 páginas, o autor  argumenta  que o endurecimento irracional da concepção materialista de realidade fez com que a ciência se aproximasse, em postura, da ideologia e da fé, transformando hipóteses e teorias em verdadeiros dogmas, a despeito de evidências muitas vezes escassas ou contraditórias. 

Para demonstrar seu ponto de vista, Sheldrake analisa dez "dogmas fundamentais" do establishment científico - a natureza é mecânica? O total de matéria e energia do universo permanece sempre o mesmo? As constantes universais da natureza são realmente fixas?  - sobre os quais propõe, à luz de novas evidências, diferentes abordagens e  importantes questionamentos.

Longe de agarrar-se a uma postura mística ou pseudo-científica, Sheldrake, que ganhou uma bolsa para estudar história e filosofia da ciência na Universidade de Harvard, defende uma ciência coerente com seus próprios princípios: livre, investigativa, não-dogmatica e baseada em evidências. 

O lançamento oficial de "The Science Delusion" foi feito por meio de uma conferência realizada no Kings College, da Universidade de Londres. A apresentação foi registrada em vídeo e ficará disponível até o dia 07 de fevereiro aqui

A obra, que ganhou reviews positivos nos principais jornais ingleses, já está disponivel na pagina britânica da Amazon e pode ser encontrado também em formato eletrônico. A edição americana, que terá o nome de "Science Set Free: Dispeling Dogma", somente será lançada em maio.